quarta-feira, 24 de abril de 2013

HAIKAI - 21


Haikai - 21

Do ponto de tinta
na página sobre o i
- Voou a micro falena.

ZéReys - poeta do profundo.
 

SURPRESA


Surpresa

Sobre o I da palavra - sentir,
Na literatura em que eu lia.
Uma mancha negra eu via.
Curioso, toquei a ponta do dedo,
para ver o que  seria!
Um erro na grafia?
Uma gota de tinta que ao papel manchou?
Surpresa:
A micro borboleta voou!

ZéReys – poeta do Profundo.

SOU PARTE DE TI



Sou parte de ti

Oh Mãe... Peço-te perdão!
Em meu nome, dos meus irmãos,
de meus antepassados e pelos cidadãos.
Peço-te, Mãe, a compreensão,
um tempo mais, uma consciência mais,
um dia a mais, uma espera a mais.

Seja forte, Mãe, aguente, mãe.
Há gente que se importa!
Aumentastes tuas alertas,
mas não desmorones, Mãe...
Há ainda, aqueles que lutam.
Que enfrentam!

Oh Mãe Terra! Dá-nos o pão,
ainda para o dia de amanhã...
Sei que me ouves, que me sentes.
E tem os pequeninos aprendendo, Santa.
Espere Mãe, o futuro, te juro, poderá ser bom...
Sabe... Minha amada Terra, eu te amo!...

ZéReys – poeta do profundo.

EXPRIMÍVEL

Exprimível

O quanto pior não é o exemplo, mas vem sendo o exemplar do momento. Eu não quero ser o ponto de engano de ninguém, pois creio estar me esforçando para ser um sujeito normal. Que vista jeans, camisetas, que trabalha e que pensa, e não jogo lixo onde não seja o lugar, mesmo já contendo lixo; pois, me seria um contra-senso.


Não quero crer que o exprimível da mentira seja a melhor expressão da verdade; desta verdade atual onde até mesmo exprimir o amor, tenha que ser na materialidade do ato; onde se inverte o sentido, matando a origem do que se enganam. Creio que sou um sujeito normal, onde a normalidade tem parâmetro Divino, como alguém que vê Deus, na água.

Entretanto, se pensar e agir assim, lhe convença a lhe ser algum exemplo, não lhe cobrarei pedágio, porque o que tenho veio de Deus, não como aquelas estradas com pedágios e que fora antes concertadas e adequadas com dinheiro público - deve me entender, creio. Não tenho, também, tantos corações, amiúde aberto, mas por cada ser e coisa, posso amar.


Exprimível é qualquer palavra, mas não é qualquer contexto, este deve ter no pretexto um conceito, e, este um parâmetro de bom senso. Se basearmos no materialismo que o levará ao consumismo e lhe porá no egoísmo, o individualismo lhe isolará em si mesmo, como a uma ilha cheia de ouro e sem coqueiros, ou pessoas... Para lhe fazer feliz!

ZéReys poeta do profundo.

BOA TARDE MEU POVO!

Boa tarde, meu povo!

"Se o povo Brasileiro votasse em representante do povo, 
o povo teria representante do povo o representando, 
porém, votamos em representantes corporativos, 
são funcionários escolhidos para representar e efetivar oligopólios, 
corporativas de grandes poderes.
Esses, ao povo - dão-nos - migalhas, como forma 
de engodo eleitoreiros.
Em quem você votou mesmos nas ultimas eleições?"

ZéReys - poeta do profundo.

ATEUS - BRAÇOS DE DEUS

Ateus – um braço de Deus...

Quem abomina a Deus, não são os ateus.
São os religiosos, (salve exceções). Os ateus assim Deus os fez para não O abominar, mas, para sê-los contrapontos das religiões.

A maioria dos ateus os diz ser por associarem, erroneamente, Deus, a essas empresas da fé, o que condiz, não condizem a Deus, mas o abominam por suas práticas incoerentes.

Eu não sou ateu, por que creio naquilo que vejo e ao que não vejo não preciso ver. Entretanto, vejo e sinto, pelo desejo e pela permissão de sentir e ver. Deus, realmente está em toda parte – onipresença.

Se conseguir associar o Deus naquilo que não foi criado pelo homem e vê-Lo, verá que Deus está naquilo que Ele criou. Ao passo que na criação dos homens, não há uma criação, mas sim, uma modificação – prepotência.



Você come o boi que come capim, você e o boi, têm as mesmas características, porém, o capim e a água viram carnes, vira leite e vira boi, e você o come, e continua homem: Não vira boi ou capim. Há um mecanismo assim, você não os vê, mas isso lhe perpetua.

Por mais que teorizam tudo, ainda assim, ficará Deus na sua onisciência. Por que Deus está além do antes que antecede ao antes. Assim, Ele se contém na origem de tudo. Sem essa força oculta, não existiria a força própria. Eis O Deus, para quem, não haja ateus!

NO SONHO

No sonho

A serviço do silêncio
fecho meu coração
para que a alma adormeça.
Emudeço a distância para 
que o vento se cale,
fecho meus olhos 
para te ver sempre linda...
Agora eu preciso voar, 
para pousar em tuas mãos...
Não quero me declarar 
como se fosse o sol a despontar,
quero que sinta que te ame, 
ainda que seja neste abraço!


ZéReys - poeta do profundo.

terça-feira, 16 de abril de 2013

DEPOIS DO AZUL

Depois do azul

Olho-te...
Olhar te posso.
Ver-te, posso.
Posso, não posso.
Contudo. Me arisco.

O risco é um riso,
Uma estrela ascendente
Dês/oriente da gente.
O azul não mente.

A ponta aponta:
Os sonhos dos dedos
O quebra gelo,
O medo.

Olhar-te, posso.
Suavemente, na nudez
da mente. Desnudo-te...
Completamente!

DESMENTINDO-ME

Desmentindo-me

Eu ando me estranhando
de loucura diante da sanidade.
Quero ter uns bons olhos
para não te ver,
e me sinto cego de verdade.
Se te vejo - não me vejo.
Apenas me deleito
na sua intensidade.

O que há neste feitiço
de sol no cálice de teu beijo,
que bebo.
O que há?
Que tanto anda
me estranhando
em teus olhos...
Escondendo-me que amo?

ZéReys – poeta do profundo.

O FOGO E A VELA

O fogo e a vela

O seu amor ainda é um desejo.
O meu amor é um desejo.
Uma linha imaginária que interliga a dois pontos.
Neste caminho, que buscamos em sentido oposto,
A cada porto. É que é por aonde vamos loucos,
E que nos levará ao meio.
Nós somos também os próprios meios,
Que levamos ao que buscamos.
O ponto de encontro está em sua metade,
Há de se haver a luz no equilíbrio,
Para ninguém chegar primeiro e morrer antes...
De saudade.

ZéReys – poeta do profundo.

ABSORVENDO

Absorvendo

Pelas linhas de teus ombros
imagino um tobogã de um parque temático.
Escorro-me às ancas, diviso o Equador, o Siri Lanka,
Machu picchu, me acho, perdido, em teu sexo.

Não há, ainda, entretanto, o mergulhar no
lago vulva cor de rosa. E prosa, abusas de serpentear,
brincando de ondas, sobre meu peito...
E, felina, de unhas afiadas, me inflama.

Subo-te, como se, ao invés, escorregasse.
Há bicos de mamilos em relevos, como se o amor
os forjassem... Que me espera com liquido de sal e sol,
para que pareçam sementes estufando a terra.

Tudo nos conduz ao princípio da criação. Do mel
ao leite de teu peito, aos ares rarefeitos, da profusão
de chamas, do fogo ao céu, tu e eu, deleitamo-nos,
com a minha saliva, tocando-te, no fundo... Teu útero.

ZéReys – poeta do profundo.

NA MISTURA PERFEITA

Na mistura perfeita

Na multiplicação dos grãos, somos nós, o trigo da emoção,
a flor do amor, a germinação, somos o leite do arroz,
somos o pão... Pela degustação... Somos nós: o amor!

Notastes... Luz! O que sós não somos?
Eu tenho me furtado do prazer de me deixar iluminar...
Quando tu te murchas como se apagasses o sol, a pernoitar.

Meu brilho brilha, por que sem luz, tudo é breu, e como se fosse mariposa,
procuro teus olhos para dar vida aos meus, mas os meus morrem,
também, se não encontra os teus... Não durmas, amor, sem mim...

Somos a composição do fogo, a visão de Heráclito da iluminação, o clarão.
A água que acende meu coração, e a ascensão de meu fogo da paixão.
Notastes... Luz! Por que vivo e sinto e vejo a vida em ti... Por mim?!

 ZéReys – poeta do profundo.

QUANDO EU PENSAR

Quando eu pensar

Eu não sou assim tão passivo
a ponto de que as teorias humanas
me preencham. Por isso me atento
na inversão deste sentido
coletivo inebriante.

E preciso querer a paz realizando a concórdia.
Preciso antever a discórdia e não criar conflitos.
- As teorias sobre todas as coisas tendem
a criar uma inércia de postura,
em si mesmo, contraproducente.

Fazendo-nos crer que alguém fará o necessário.
Mas não será o contrário?...
E vendo que o ar que respiro
é uma dádiva altruísta de Deus,
eu preciso no mínimo, não sujar o ar.

Assim pensando naquilo que não faço
pelo comodismo que o conforto me promove,
me comovo. Por isso; faço da prática a minha teoria,
e retiro desta o aprendizado que sacia e me cause alegria!
Ah!... Já sei! Você não terá tempo... Que pena!

ZéReys – poeta do profundo.

O QUANTO ME CONSOME

O quanto consome

O tempo passa muito rápido,
pelo simples fato da não
observação do tempo.
Você não tem tempo, o tempo é quem o tem.

Se você o consumir sem a
devida moderação,
além de ficar sem ele,
não terá tempo para viver.

A concepção de Deus é a
infinitude do antes,
por que sempre depois do antes,
haverá o antes.

A pressa de viver não é correr, mas observar,
pois é nas pequenas coisas que se encontra
o riso de o desvendar. - A felicidade, de fato,
está escondida na textura das flores.

ZéReys – poeta do profundo.

COMO A UM TECIDO

Como a um tecido
 
Teceram de flores uma
pele de algodão, te deram.
Deixaram para eu ver,
os olhos e as mãos para tocar;
Os braços para abraçar e,
os ouvidos, para ouvir teu coração...
Quando o som do meu,
falar ao teu!...

ZéReys – poeta do profundo.

A FLOR E O POETA

Preâmbulo:

Estou aqui compartilhando com o mundo
o que a minha musa me faz criar; 
Como se fosse um grito... O meu poetar!

-  Minha musa é um desejo... Um desejo!...

A flor e o poeta

"Você é uma mulher que qualquer beija flor, 
faria mil malabarismo para sugar o néctar... 
A não ser, que ao invés de beija flor, 
fosse um pobre poeta, 
a divagar nas possibilidades do impossível!
...Poeta, um beija flor da musa"

ZéReys - poeta do profundo.


SAIO DO SONHO

Saio do sonho

Deixo o meu corpo vazio como se a mão 
da eternidade fossem as tuas mãos.
Deito-me em plumas, que em outro plano,
são nuvens no céu, onde me flutuo leve.

Sou levado pelo hálito da brisa, mansamente, 
no remanso do sonho, como se sugado por tua boca 
em um beijo. Cujo desejo, é sem sonhos.
Sou vivo como os sons que nem escuto...


Entro por tuas frestas, vadio, moleque,
beijo flor, inseto de flores, borboletas que pousam,
em pólen fecundas, repletas de amor.
Sou o amor na aura do tempo me levando...

Nada me parece deter, sou puro éter e sentimentos, 
essência do vento, de que me alimento... Tu.
E assim, quando me volto para mim estou pronto para 
uma nova espera, na simples realidade da esperança... 

ZéReys – poeta do profundo.

domingo, 7 de abril de 2013

DEPOIS DO AZUL

Depois do azul

Olho-te... 
Olhar te posso.
Ver-te, posso.
Posso, não posso.
Contudo. Me arisco.

O risco é um riso,
Uma estrela ascendente
Dês/oriente da gente.
O azul não mente.

A ponta aponta:
Os sonhos dos dedos
O quebra gelo,
O medo.

Olhar-te, posso.
Suavemente, na nudez
da mente. Desnudo-te...
Completamente!

ZéReys - poeta do profundo.

ENCONTRO DO PONTO

Encontro do ponto

Tu sabes,
Tu me prendes,
E me alinhas
em tuas teias.

Em tuas linhas tateio,
Tu me prendes,
Tu me pescas...
E me desseca para tua ceia.

Em teu anzol,
Que é um ponto,
Onde eu me interrogo.
Onde eu te encontro no meu encontro.

...Se eu te pergunto,
Amas-me? Amas de mais,
Quando eu me permito
que me enleie.

Em tuas teias...
Em que sacias,
Com minha língua
em tuas vias...

ZéReys – poeta do profundo.

QUANDO EU CHEGAR

Quando eu chegar

Não desfaça as malas.
Deixa-me quebrar estes grilhões de botões da saudade
que te prende os peitos nesta blusa clara.
Deixe-a solta pela sala.

Estenda-me as tuas mãos leves.
Te solta os cabelos e deixe o teu cheiro dominar teu macho.
Deixe-me desfraldar teus cachos.
Quero a tua feminilidade bebendo de meu másculo.

Deixe-me que deixo entornar tua água quente
em minha chama incandescente.
Chuvas alvas, intermitentes, sobre este vulcão.
Sinta o meu coração nas mãos, nas tuas mãos!

Esqueça essas malas.
Nossos dias: será por muitos dias, nossa senzala vazia.
Não ouviremos cães, aviões, frustrações.
Eu quero amá-la, só amá-la, e depois, as malas...

ZéReys – poeta do profundo.

NEM ANTES OU DEPOIS

Nem antes ou depois


O amor que se faz, não é o mesmo amor que se sente,
Não como antigamente. O atual é remanescente de uma
Banalização de corpos sem almas. E os de antigamente,
As almas estavam sempre de espectro presente.

Éramos uma trindade, feito pai, filho e espírito sagrado.
Então, este amor que se fazia era, também, um amor abençoado.
Os anjos não se escondiam, e os deuses do amor, sorriam,
Batiam palmas, e Deus por certo, adorava esta “farra”.

A diferença, perdoe-me, é fundamental, tudo que se faziam
Atrás das quatro paredes eram, sim, as mesmas coisas,
Mas havia outros telespectadores, este não promulgavam
Exacerbações, e, a palavra Amo, não perdia seu signo.  

As banalizações das coisas fazem com que elas se humanizem
De tal forma, como se isso fosse o máximo da intelectualidade.
Falsa sabedoria da humanidade, onde a ênfase é a vaidade.
Este é um poema moralista?  Claro que não, façam à vontade.

A diferença em tudo que se faça, é a maneira de se fazer.
No amar, no amor o prazer é secundário, em primeiro está,
O sentimento, o elo que suplanta o físico, por que o amor
Verdadeiro é espiritual - algo altruísta – não fisiculturista.

ZéReys – poeta do profundo.

ILÓGICA IMORTAL

A ilógica imortal

Não há
No poeta
Uma identidade
Secreta ou estática.

Mas há, sim,
Uma mutação.
Mutantes pelo
Tempo e a razão.

Seres tridimensionais.
Antes, depois, atuais.
Poetas não são normais,
Se fossem morria o poema.

ZéReys – poeta do profundo.

A HEROÍNA

A heroína
(Filme em milimétrica metragem)

Cena 1 – Um homem branco entra no banheiro.
Acende a luz, fecha a porta e abre a braguilha,
o tira para fora e antes que comece a urinar...

Cena 2 – ...Uma formiga nasce bem pequena.
Na verdade de um pequeno ovo. Ovo?
Cresce, trabalha, ganha asas, e tola, pousa na orelha do homem.

Cena 3 – A urina não sai. Ele a derruba da orelha no vaso.
Solta um palavrão do tipo que rima com sanitário.
A formiga se debate e ele espia, ela parece não desanimar, nada.

Cena 4 - Ele tenta urinar na formiga que debate, a situação dela é crítica.
A urina não sai. Condoído por sua luta intuitiva de sobreviver ele a salva.
Faz um rolinho de papel higiênico, e depois que ela sobe, ele a atira pelo vitraux.

Cena 5 – Volta-se para o seu membro. – finalmente! – murmura,
Olha novamente para janela, algo se mexe em seu pincel de barbear. Saco!
Saco? – esquece a urina e apanha o pincel batendo-o sobre o vidro: ela cai.

Cena 6 - A pobre despenca, longos segundos de sua vida para pensar
na besteira que é ter asas. O homem branco agora parece satisfeito!
Olha para porcaria do objeto e saboreia a urina caindo no vaso.

Cena 7 – Constatada as bolhas de poluição no pequeno lago, saciado, o guarda,
fecha a porta e apaga a luz. Sem pensar vai até a cozinha, pega um copo,
entorna água e bebe. Há um grande prazer em seu peito – Ah! Água fresca!

Cena 8 – A formiga está machucada, mas ela nem parece sentir,
perdeu uma das asas na queda e segue tentando, precisará subir tudo de novo,
só que agora sem voar. Uma asa só pesa para um dos lados. Mais sofrer.

Cena 9 – Ela salta pela fresta do vidro na maciez do pincel, ela não tem idéia
nenhuma do perigo. Sua asa única, agora, enrosca-se nos pelos do pincel.
O homem bebeu sua água. A tevê está ligada: O locutor – as formigas...

Cena 10 – O homem branco, 50 anos, entra no banheiro, acende a luz, levanta a tampa do vaso sanitário, tira seu instrumento urinário e... Olha para o vitraux. A formiga se encolhe, mas ele a vê, toma o pincel com a mão livre e a joga no vaso. Dá descarga!
      - Adeus formiga do cacete!!!!        

   ZéReys – poeta do profundo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

ENQUANTO SOBREVIVO


Enquanto sobrevivo

Eu tento me enganar que não te entendo,
para ver se eu te perdoo...
E mesmo não querendo te julgar, me enjoa.
Parece mesmo até ser feliz nesta infelicidade que constrói.
Inventa tuas guerras e compartilha,
cria armadilhas, é... senhora das guerras...Sorria!
Vencestes a minha covardia. Final do combate!

Eu nunca tive armas alguma para este teu defronte,
só o meu amor e por ele eu não quis vencer-te,
mas aconchegar-te em minha alma,
te acariciar, menina, enrolada gatinha em meu colo.
Soprar-te brisa em tua nuca, te dar calma.
Ficarei com o consolo de ter tentado, e de ter aprendido
que os opostos se atraem, mas não permanecem.
  
ZéReys – poeta do profundo.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

LAMENTAR É TARDE

Lamentar é tarde

Eu não tenho mais a infinidade dos dias vindouros,
Como se a esperança fosse de fato eterna. Sinto dores nas pernas,
Sinto cansaço de um pássaro que atravessou o oceano.

Este ano, assim como os outros recentes passados,
Não farei aniversário. Não quero comemorar ter vencido.
Isso eu já sei de cor. Os meus, estão envolvidos consigo.

E parece maçante terem de se sentar comigo,
Dar-me um abraço amigo, fingir ser meus amigos,
Estarem agradecidos, pelo trabalho, pelos meus dias idos.

Comemorem com seus amigos, suas glorias.
Ao menos se chegarem às suas inglórias, terá vivido,
A vida não vale a pena se pensarmos em recompensas.

Às vezes não queremos muito, o descaso torna tudo desnecessário,
Mas a vida anda até que pare. Ande com a tua, não faço como eu,
Que te dei a minha como forma de vida, para não terdes de se lamentar...

Este lugar, meu filho, nada se parece com aquele que sonhei e te dei...
Ele é um lugar de velhos tristes, tão tristes como esse velho asilo de velhos.
Às manhãs é às vezes uma glória, não para quem veja o sol, mas para quem morreu!

AINDA E CONTUDO

Ainda e contudo

Do que você está cansada, minha amada... Estive pensando... Do quê?
De ser amada, sem amar, de ser compreendida sem compreender.
De ser meu centro de tudo, de eu ser nada para você, neste teu mundo todo?

De me julgar, me condenar, de pôr palavras em minha boca...
De crer mais em suas conjecturas que nas minhas verdades, de
Naquilo que não pode ver ao que existe de fato, mais crer?

Do que estás cansada, minha amada... De cobrar sem pagar, de prometer sem cumprir,
De se enganar em ser amada, e de me amar com suas injurias,
De ser pragmática em me condenar sem saber da verdade verdadeira?

Do que realmente está cansada... Se eu vou trabalhar me julga mal,
Se eu vou dedicar a Deus, pensando em você e em nós, me julga de novo.
Se o celular apaga me julga, se o celular descarrega me julga/ do quê está cansada?

Realmente estou muito curioso em saber do que está cansada...
De desligar o telefone em minha cara, de me tratar mal,
Pior que aos seus cachorros, do que está cansada, de ser amada?

Será que esta palavra (cansado) não devia ser dita por mim? Será que a diferença,
não esteja exatamente no fato de quem realmente ama quem? Antes de tudo,
amor, responda a si mesmo: será que você suportaria o que você faz comigo?

Amo-te, ainda, e, com tudo!

PARA AMAR-TE EM VERSOS

Para amar-te em versos

Quero ter tua presença dentro
Do conteúdo de minhas palavras.
Visualizar a poesia onipresente
Deste brilho que teus olhos brilham,
E os meus olhos sentem...
Com este meu sensor da mente.                                    

Quero me transportar neste
Poema silente, celestialmente,
Como a uma estrela cadente sobre
Este teu céu de pele, percorre-lo,
Extrapolar tuas nuvens, como se diluindo,
Vestir-te com a hipérbole do lindo.

E ver-te, neste poema flutuante,
Rarefeito e leve, entre sílabas e semibreves,
Entre tons e brisas multicores do sol,
Sobre arpejos de anjos... Pelo o arrebol
Borboleta pousada em minha mão.
- Sopro sobre as tuas asas, inebria-te de emoção.

Quero-te entranhada neste poema
De signos, palavras vivas que se
Movimentam neste céu que me transformo.
Quero-te misturada neste fólio de mim
E de ti, poesia viva, a nos tocar e nos juntar.
Quero as nossas emoções, embebedadas de amar.

ZéReys – poeta do profundo.

DIANTE DESTE ATLÂNTICO

Diante deste atlântico

Olho para os teus olhos e vejo,
sugado pela luz da imensidão,
que vem deste mar infindo,
uma luz além do mar de Alentejo,
além do horizonte, pousado neste
teu frescor de risos;

Parece-me que há nestes teus
braços lisos, um espírito de abraço,
como se o mistério de te abraçar,
antes, me abraçasse... Na verdade,
a cada vez que me perco a te olhar surge
algo que me domina e me destina;

A... Prendo-me nas palavras que não digo,
diante de tuas cores de chão e trigo.
Tem-te as cores do camaleão deste lugar.
E o ouro dos cabelos e as mãos das folhas,
E entre os teus seios, onde o meu coração mora,
O sol, que risca o mar ao riso de te abraçar.

ZéReys - poeta do profundo.

MENSAGEM AO PODER

O seu poder veio de Deus

Fazer-se líder pelo amor, não é fácil, ser respeitado pela humildade,
Neste mundo maquiavélico e materialista, é difícil. Amigos?...
Estamos cercados de lobos vorazes e famintos por todos os lados,
Há, ainda, o agravante dos egos inflamados pela vaidade; entre estes.

Querendo pisotear os contrários, muitas vezes,
Esquecendo-se da condição humana e primaz dos filhos de Deus,
Que tem um mesmo Pai, e como representantes Deste,
Devemos honrá-Lo com nossas atitudes de amor.

Mas assim como Deus, devemos ser severos, sim, porém,
Não antes de pesar os nossos bons costumes e sensos.
Por isso precisamos de pessoas alinhadas com as nossas idéias
E de caráter incorruptíveis, onde estes princípios sejam fatos.

Quando, se por ventura, necessário, usamos o cajado,
Admoestamos, demonstremos, sim, a razão hierárquica
Do murro sobre a mesa, às vezes é preciso arrastá-los aos
Seus lugares de poder, para mostrar-lhes, os outros poderes.

O povo é o primeiro poder abaixo de Deus, ser representante do povo,
É ocupar um lugar especial, porque devemos estar sintonizado com Suas vontades, mas devemos – sobretudo -, “esquecer” as religiões, estas têm as suas próprias vontades, carregadas de interesses de poderes, sempre foi assim.

O poder deve estar na mão de homens, que esteja acima dos poderes adjacentes, e, a estes – dar à César o que é de César – mas, não mais.
Estes poderes, não podem estar acima do maior – Deus e o povo!
Tens amigos, as prerrogativas de detentor deste poder, faça valer!


É FATO

 

É fato

Deus não é qualquer um.
Um cara é qualquer um
- eu sou ZéReys -
chamar-nos de cara,
é de cara, colocar-nos ,
ao nível de qualquer um.

Como se chama?
Ah... Sim! Então, (...),
Por teu amor a Ele,
Não O chame de qualquer um.
Pelo amor Dele por ti,
não O chame de cara.

Será que tu não te importas
com teu  respeito!
Sim, pois não?...
Deus - para mim -,
é justiça reta, e vulgarizá-Lo,
não fará Dele,
este qualquer um que queres.

Deus, definitivamente não é qualquer um.
Não é um cara nem o cara.
Estes, na verdade,
não passam mesmo de qualquer um;
Que certamente, não construiriam
se quiser, uma semente de mostarda.

ZéReys – poeta do profundo.

Para ser tua



Para ser tua

Deixe-me, por favor,
jogar dentro de ti,
um punhado de palavras,
com  montes de significados.
Significados que podem até,
inclusive, de repente,
significar o avesso do dito,
para que sinta que a poesia
é tua, e não minha.

Não quero te dar o que comer,
como se fosses um pássaro na gaiola.
Tu de fato não mereces minha
“esmola”, viciante e inócua,
feito novelas das nove horas.
Isto aqui: se abra, perceba,
sorria, meu amigo,
é poesia...
Adentre, pense!

ZéReys – poeta do profundo.